Currículo, iniciação científica e evasão de estudantes de ciências sociais
Abstract
Este artigo apresenta um estudo específico sobre o curso de ciências sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem o objetivo de mostrar que o alto índice de desistência do curso é um problema histórico e que a mudança de currículo, por indispensável que seja, não modifica as taxas de evasão. Cruzando dados sobre o abandono do curso com as mudanças curriculares, ao longo de um período de cinqüenta anos (1939-1988), verificou-se que a evasão permanece alta, em cerca de 50%, enquanto os currículos acumulam cada vez mais matérias e disciplinas. Contudo, a experiência do Programa de Iniciação Científica (1988-1997) do Laboratório de Pesquisa Social (LPS), que insistiu em uma política de integração de estudantes em núcleos de pesquisa, levou a uma diminuição notável do número de alunos evadidos, chegando a 2% a taxa de abandono entre seus integrantes. A maioria dos egressos do programa encontra-se hoje dedicada a atividades profissionais no campo das ciências sociais, o que evidencia que o PIC não só diminuiu as taxas de evasão, mas também influiu na qualidade da formação daqueles alunos.