dc.description | O ensino superior brasileiro contava com pouco mais de 8 milhões de matriculados em 2016, dos quais 23,3% em instituições públicas e gratuitas. Por esse motivo, a disputa por uma vaga pública é grande no país e chegou a 16,6 candidatos/vaga nesse ano. Apesar dessa procura, o número de ingressantes foi quase 10% menor do que a oferta (471.172 vagas e 427.298 ingressos), seja pela qualidade dessa oferta, seja pela burocracia para o preenchimento de vagas. Além disso, há o abandono que ocorre ao longo do desenvolvimento dos cursos, por motivos que vêm sendo diagnosticados, mas que ultrapassaram 400 mil vagas públicas no mesmo período. Essa grande ociosidade deveria ser eliminada com a oferta de exames para o seu preenchimento, o que ocorre apenas para cerca de 1/3 das mesmas. Para agravar o quadro, os diferentes processos seletivos de 2016 conseguiram 37 mil novos alunos, o que representou apenas 27,2% da oferta. Essa falta de eficiência decorreu de vários fatores, com destaque para a falta de divulgação e a complexidade com que os exames são estruturados, muitas vezes com várias etapas que incluem entrevistas com os candidatos, inviabilizando ou dificultando o preenchimento das vagas. No presente trabalho foi analisado um processo para o preenchimento de vagas remanescentes simplificado, apenas com a análise do histórico escolar das disciplinas realizadas e da similitude de conteúdos. Foi escolhida uma IES pública atuando na cidade de São Paulo, com oferta de 540 vagas em cursos de licenciatura em ciências naturais e matemática desenvolvidos a distância (EaD) e que, após um semestre de curso, resultaram 169 vagas, ou 31,3% de abandono. Com o processo seletivo, a IES conseguiu 93 novas matrículas, decorrentes da análise de 159 inscrições e, com isso, reduziu a evasão para 14%. Para possibilitar esse resultado, a IES determinou que a similitude dos conteúdos deveria ser de pelo menos 70% e a quantidade de disciplinas cursadas com aproveitamento deveria representar o percentual de um semestre do curso, independentemente de serem todas elas do 1º semestre ou de semestres subsequentes. Com o procedimento, a IES conseguiu melhorar a eficiência no aproveitamento de vagas e verbas públicas e de toda a estrutura montada para a oferta dos cursos, acolhendo pessoal já formado em outro curso superior e estudantes evadidos ou matriculados em cursos de outras IES, especialmente nas particulares que, muitas vezes, têm no curso gratuito a única opção de continuidade de seus estudos. | es-ES |